2011.

TEATRO A BARRACA / SOL E PESCA / TREM AZUL JAZZ STORE

________________________________
QUI. 20 JANEIRO
________________________________

SUBTERMINAL

Leonardo Rosado . composição, electrónicas, objectos, voz

Subterminal é o projecto pessoal de Leonardo Rosado onde explora as interacções entre a música e a poesia, por vezes sons com palavra explícita noutras apenas som no seu estado poético. Leonardo Rosado pretende apenas expôr os seus sentimentos sobre o quotidiano, singulares e universais, por forma a propôr um momento de reflexão ao ouvinte sobre si próprio. As sonoridades assentam quase sempre numa base ambiente com exploração do ruído, dos sons gravados do dia a dia, como forma de os estruturar para fazerem companhia aos instrumentos musicais, muitas vezes sobrepondo-se a eles

MÁQUINA LÍRICA

Joana Sá . piano preparado, electrónica
Marco Franco . bateria preparada, electrónica

Depois de vários anos de amizade e mútua admiração profissional, estes dois músicos reúnem-se para pôr em prática a investigação conjunta das diferentes técnicas adquiridas ao longo das suas carreiras como improvisadores e compositores.
Desde a preparação dos instrumentos com materiais diversos ao processamento através da electrónica, Máquina Lírica apresenta em concerto improvisação livre explorando e subvertendo as múltiplas possibilidades da combinação destes dois instrumentos.

________________________________

SEX. 21 JANEIRO

________________________________

NUNO TORRES

Nuno Torres . saxofone alto

Colaborador frequente dos investimentos musicais do artista visual e instalacionista Ricardo Jacinto, Nuno Torres é em Portugal também o mais reconhecido saxofonista do chamado reducionismo, emparceirando com figuras desta área da improvisação como Ernesto Rodrigues, José Oliveira e Carlos Santos. Ainda que proveniente da escola jazzística do bop, não segue uma lógica discursiva com base na escala e no tom, preferindo a construção de texturas e uma exposição não-linear dos materiais sonoros, regra geral no limiar do silêncio. A este nível, é mesmo um estilista, pois fá-lo com elegância e um profundo sentido de musicalidade.

PÃO

Tiago Sousa . teclados, harmónio, electrónicas
Pedro Sousa . saxofone tenor
Travassos . elctrónica analógica

Os recém formados Pão são compostos por Tiago Sousa nos teclados, harmónio, e objectos, Travassos em electrónica analógica e Pedro Sousa no saxofone tenor. Os três músicos exploram o espaço etéreo. Tendo como fio condutor a livre improvisação e como âncora o fenómeno acústico do drone, repousam na música minimal através da criação de massas sonoras cíclicas e progressivas, tanto delicadas e abstractas como rasgantes e melódicas, cria-se uma música de quasi-transe, onde se evocam extensas planícies e paisagens escarpadas.
Ainda sem nenhum registo estreiam-se em concerto no Festival Rescaldo.

PEDRO GOMES / GABRIEL FERRANDINI

Pedro Gomes . guitarra eléctrica
Gabriel Ferrandini . bateria, percussão

Duo de guitarra eléctrica e bateria concentrado em lidar com o abismo nas suas mais variadas formas, como meio de descarnar e hiper-intensificar nova realidade de brutal verdade, do ridículo e da paz. Percurso conjunto dos músicos num vocabulário alicerçado no rock, no jazz e em todas as formas que libertem e avancem filosofia interior e partilhada em leitura, construção e reacção da e à existência.

________________________________

SÁB. 22 JANEIRO

________________________________

DAVID MARANHA / MANUEL MOTA

David Maranha . orgão
Manuel Mota . guitarra eléctrica

Ao longo das três ultimas décadas tanto David Maranha como Manuel Mota vêm desenvolvendo um trabalho de grande distanciamento, com uma capacidade rara para transcender expectativas, estilos e, sobretudo, comparações. Richard Youngs, Arnold Dreyblatt, Z’ev, Chris Cutler, Phill Niblock ou Ben Frost já foram cúmplices do primeiro, enquanto Chris Corsano, Noël Akchoté, Tetuzi Akiyama, Terre Thaemlitz, Okkyung Lee já partilharam a sua música com Manuel Mota. Ambos formam, com André Maranha, Patrícia Machás e Francisco Tropa, os Osso Exótico, uma das referências mais duradouras e importantes da música experimental portuguesa;  com Margarida Garcia e Afonso Simões, os Curia, desde 2007; e com Riccardo Wanke, os Dru

FILIPE FELIZARDO

Filipe Felizardo . guitarra eléctrica / voz

“Como que a fechar uma escalada de concertos imparável ao longo de 2010, ou um círculo (prefira-se elipse) que se completa, Filipe Felizardo apresenta no festival Rescaldo, pela última vez a peça “Operations Towards Infinity: Conjectures / Refutations #1 to #6″. Rescaldo possível de um work in progress fascinante, que ao longo do ano transacto ultrapassou as suas óptimas premissas (Övöo) e chegou um pouco a todo o lado em formatos cada vez mais intrigantes. Música que não se decide, habitando aquele espaço volátil entre um sentido apego telúrico e a possibilidade de infinito, num drone irresoluto que acarta consigo todo um legado difuso de música cósmica. Para o libertar em formas fractais de voz e guitarra com vista à liturgia, sem enviesar pela contemplação bacoca. Antes, uma procura constante por um espaço não-cartografável.” – Bruno Silva
“Parafraseando William Blake: sem filtros, a realidade apresentar-se-nos-ia como infinita.
Recorrendo ao desenho, fotografia e, em última instância, à música, Filipe Felizardo (24 anos, Lisboa) trabalha sobre os processos de filtragem entre nós e a realidade, na expansão das nossas possibilidades perceptivas e estéticas. Sublimando o espaço entre as coisas, procura exaltar os mais pequenos – quase invisíveis – elementos.
Documento inaugural numa discografia que promete, “Övöo” (2010, edição de autor) revela todo o fascínio de Filipe Felizardo pela densidade e gradual acumulação de intensidade. Mais do que drone para voz e guitarra, a sua música insinua um universo próprio. Num só tema, revisita paisagens inóspitas – da Tundra de Joakim Skogsberg, ao Saara de “Fata Morgana”, passando pelo Texas de Dylan Carlson.”

SUNFLARE

Guilherme Canhão . guitarra eléctrica
Rui Nogueira . baixo
Rapha . bateria

Depois dos tempos áureos dos aclamdos Lobster e do seu rock caústico e vigoroso, Guilherme Canhão esta de volta com os Sunflare um trio de ataque sónico. Música que nasce de energia colectiva espontânea.

unDJ MMMNNNRRRG

Uma besta visual que saiu do mundo editorial do Arte Bruta e que pretende criar nas suas sessões um espaço lúdico e pedagógico para criaturas sedentas de batidas primitivas e urros carismáticos. O humor é uma tónica do set em que versões inesperadas de músicas famosas aparecem a desfilar com os temas intensos contemporâneos. Procura-se o genuíno e puro para dançar ou gozar. É importante rir à noite, não?

FALHUMANA

Coisinho . baixo
Kung . guitarra e bateria
Trigger . bateria, contrabaixo e guitarra
Thembi Ramirez . guitarra e contrabaixo
Sam o Ray. baixo
Pinhatel . teclados
Prézi. bateria e percussões
Rook-la . guitarra e bateria

Falhumana começou por ser um encontro de pessoas que nunca tinham tocado juntas, algumas das quais nem nunca tinham tocado. Hoje em dia, e depois de inumeros encontros semanais com estrumentos e tudo na exígua, mas mítica sala da Trem Azul, tal premissa deixou de fazer sentido. Falhumana é hoje um grupo de almas desnorteadas que, sem vergonha nenhuma, falham tanto quanto é humanamente possível. Juntos, mas nunca em sintonia, andam pelo Space Rock, Psicadelismo, Free Jazz, Free Rock e até o completo non sense, embora qualquer conceito subjacente ou definição a atribuir a esta (de)formação músical seja de natureza aleatória. Se alguma característica se pode atribuir aos Falhumana é o rigor. Com rigor falham no método, com rigor falham na técnica, com rigor falham e falham a bem do rigor.
Os Falhumana são uma experiência de vida para os seus músicos, mas não necessáriamente  para quem os ouve, são um caminho e nunca um destino, são coração e não cerebro, são alma e não dedos, são tudo e não são nada. Os Falhumana fazem pela vida conforme podem mas quando engatam: valha-me deus !!!
Em suma, Falhumana é um projecto que redifine o espaço e o tempo.

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA DE VERA MARMELO

A Vera propôs-se a fotografar todos os intervenientes do Rescaldo. Ao longo de dez dias fotografou 25 pessoas à porta da Trem Azul, local onde alguns destes projectos nasceram. Às pessoas que tocam no festival acabaram por somar-se os que fazem o seu dia-a-dia na Trem.
É responsável por grande parte dos  registos fotográficos da cena musical portuguesa contemporânea , mas mais do que isso acreditamos que a Vera tem o humilde dom de criar não só  imagens bonitas, mas também essenciais.